segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Cultura do Mosteiro

Idade Média





Conceito - A Idade Média (também conhecida como Período Medieval) corresponde ao período da história europeia, que se inicia com a desintegração do Império Romano do Ocidente e que finda no séc. XV. É uma idade histórica que sucede a Idade Antiga e precede a Idade Contemporânea. A Idade Média, por outro lado, pode dividir-se em Alta Idade Média (o período que abarca os primeiros séculos) e em Baixa Idade Média (os últimos séculos da Idade Média).

 As principais características da Idade Média foram a chegada do povo bárbaro, a consolidação do feudalismo e a expansão do cristianismo.


Invasões bárbaras - No período da Idade Média, os romanos tinham como hábito tratar seus invasores por bárbaros, o que era uma herança grega, pois designavam bárbaros os estrangeiros que não eram gregos ou que não tinham como língua materna a sua língua.

As invasões dos povos bárbaros foram de grande importância para que se pôde iniciar uma crise no Império Romano.

Primeiramente pelo intercâmbio cultural que isto desencadeava, trazendo influências estrangeiras para o Império Romano. Fato que se comprova na Idade Média quando há uma certa mistura de instituições e costumes de origem romana e germânica.


Bibliografia: http://www.notapositiva.com/dicionario_historia/idademedia.htm


Regra de São Bento de Núrsia


O espírito da Regra de São Bento resume-se em dois pontos: 

  • o lema da Ordem de São Bento (pax/paz), que nasceria séculos mais tarde como resultado da agremiação de vários mosteiros que partilhavam a mesma regra; 
  • E ainda o tradicional ora et labora (reza e trabalha), dicas de como um monge deve viver a vida.
Foi escrito por São Bento (c. 480 - c. 547) no fim da sua vida, composto a partir de 530.

A "Regra do Mestre" determina que o abade deve ser designado pelo predecessor, a Regra de S. Bento prevê a sua eleição pela comunidade, à cabeça da qual será colocado. O abade, segundo S. Bento, deverá amar os seus monges como seus filhos e fazer-se amar por eles. 


(abade deriva do siríaco apa, pai, cuja helenização deu abbas, assim passando ao latim)



A princípio com limitada influência, a Regra começou a ser largamente difundida na época carolíngia, com Bento de Aniana, graças à autoridade na Igreja de Gregório "o Grande", que confere um lugar de destaque a S. Bento e à sua época. Torna-se mesmo, na época românica, o documento fundamental da vida monástica, servindo de modelo a um grande número de novas ordens que a adotam ou nela se inspiram.

Em Portugal, entra com carácter definitivo e de forma clara depois do Concílio Coiança (Castela), em 1020.
A Regra de S. Bento foi o melhor sustentáculo da Igreja Medieval primitiva. Rompendo com o ascetismo intransigente do monaquismo oriental, instituiu uma vida comunitária rigorosa, mas razoável e equilibrada.


O ensino nas abadias beneditinas nos períodos agitados era o único sistema de formação de homens cultos e de administradores, cada vez mais confrontados com formas de governos mais complexas.
Esta Regra ainda hoje se mantém viva em milhares de mosteiros no mundo inteiro.

Vida no mosteiro na época medieval

A vida nos mosteiros

Nem todos os cristãos eram a favor de a Igreja acumular riquezas e criticavam a vida luxuosa que muitos bispos  e padres levavam. Procurando retomar os ensinamentos e a vida pobre de Cristo, muitos religiosos optaram por uma vida mais simples, recusando os bens materiais. Surgiram assim as ordens monásticas.
Dentre as novas ordens, destacaram-se as criadas por São Bento.
Nos mosteiros beneditinos de toda a Europa medieval, os monges eram arrancados ao minguado conforto dos seus colchões de palha e ásperos cobertores pelos sineiros, que os despertavam às 2 horas da madrugada. Momentos depois, dirigiam-se apressadamente, ao longo dos frios corredores de pedra, para o primeiro dos seis serviços diários na enorme igreja (havia uma em cada mosteiro), cujo altar, esplendoroso na sua ornamentação de ouro e prata, resplandecia à luz de centenas de velas. Esperava-os um dia igual a todos os outros, com uma rotina invariável de quatro horas de serviços religiosos, outras quatro de meditação individual e seis de trabalhos braçais nos campos ou nas oficinas. As horas de oração e de trabalho eram entremeadas com períodos de meditação; os monges deitavam-se geralmente pelas 6.30 horas da tarde. Durante o Verão era-lhes servida apenas uma refeição diária, sem carne; no Inverno, havia uma segunda refeição para os ajudar a resistir ao frio.

Nos seus jardins murados, os monges cultivavam ervas medicinais; num dado momento— ninguém sabe quando —, ocorreu-lhes a ideia de adicionar algumas ervas à aguardente, inventando assim o licor beneditino. Pode parecer estranha esta associação da vida monástica com o luxo das bebidas alcoólicas, mas o vinho foi sempre uma bebida permitida aos Beneditinos. Ligava bem com as suas refeições simples, constituídas essencialmente por pão, ovos, queijo e peixe. Embora a carne fosse proibida nos primeiros séculos, posteriormente algumas abadias adicionaram aos alimentos consumidos aves de capoeira e de caça, uma vez que o fundador não as mencionara expressamente entre as vitualhas proibidas. Em todas as refeições, porém, reinava o silêncio. Deste modo, a Regra de S. Bento, posto que severa sob muitos aspectos, conseguiu atingir um certo equilíbrio entre a ascese e o comprazimento.

Recomendava-se o silêncio, mas em termos de "espírito de taciturnidade", e não de completa mudez; de facto, existia uma sala especial, com uma lareira acesa no Inverno, onde os monges conversavam. Igual consideração para com os monges se verificava no fornecimento do vestuário, simples mas limpo, que incluía uma muda do hábito e da túnica interior. Os Beneditinos viviam e trabalhavam em obediência absoluta ao seu abade. Eram eles que o elegiam, mas a partir de então a sua autoridade era total e vitalícia. Era o abade quem deliberava sobre a faceta privilegiada do mosteiro — se este deveria primar pela santidade austera, pela cozinha ou pela erudição. No interior das suas paredes maciças, que nenhum cristão ousaria atacar, os mosteiros possuíam bibliotecas nas quais se conservou intacta grande parte da herança literária da Antiguidade durante os séculos em que a Europa foi assolada por invasões e guerras intestinas.
Na realidade, a segurança, tanto económica como física, que os mosteiros ofereciam às respectivas irmandades deve ter constituído um dos seus principais atractivos. Séculos após século, tanto os Beneditinos como os monges de outras ordens religiosas viveram sem temer a fome, a guerra ou o desamparo. E reconfortava-os sempre a ideia de que, no fim, tinham maiores probabilidades de salvação do que os camponeses ou os cavaleiros, que viviam apegados às coisas mundanas.



http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/modelos/vidamosteiro.htm

Planta do Mosteiro

Reconstituição de um mosteiro