segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Conímbriga


Conímbriga


Conímbriga é uma das maiores povoações romanas de que há vestígios em Portugal. Classificada Monumento Nacional, é a estação arqueológica romana mais bem estudada no país. 

Conímbriga foi na época da Invasão romana da Península Ibérica, a principal cidade do Convento Escalabitano, província romana da Lusitânia. Localiza-se a 16 km de Coimbra, na freguesia de Condeixa-a-Velha, a 2 km de Condeixa-a-Nova. A estação inclui o Museu Monográfico de Conímbriga, onde estão expostos muitos dos artefactos encontrados nas escavações arqueológicas, incluindo moedas e instrumentos cirúrgicos.




Caraterísticas

Conímbriga é uma das raras cidades romanas que conserva a cintura de muralhas, de planta aproximadamente triangular. O tramo Norte-Sul das muralhas divide a cidade em duas zonas. Particularmente notável pela planta e pela riqueza dos mosaicos que a pavimentam, é a grande vila urbana com peristilo central, a Norte da via. Em trabalhos junto à muralha Sul foi descoberto um grande edifício cuja finalidade seriam termas públicas, com as suas divisões características.



Pesquisa arqueológica

As primeiras escavações arqueológicas sistemáticas em seu sítio começaram em 1899 graças a um subsídio concedido pela rainha D. Amélia. Entre os seus pesquisadores destaca-se Virgílio Correia que, entre 1930 e 1944 (ano em que veio a falecer), escavou sistematicamente toda a área contígua à muralha Leste, colocando a descoberto, extramuros, as termas públicas e três vivendas. ~

Entre estas últimas, destaca-se a chamada Casa dos Repuxos, com uma área de 569 m², pavimentada com mosaicos e com um jardim central onde se conservava todo um sistema de canalizações com mais de 500 repuxos. Na zona interna à muralha as escavações revelaram uma basílica paleocristã e uma luxuosa vivenda com termas privativas.


As escavações revelaram ainda um fórum augustano, demolido na época dos Flávios, altura em que a cidade recebeu um estatuto municipal, para dar lugar a um novo fórum de maiores dimensões e monumentalidade; e umas termas, também construídas no reinado de Augusto. 

Entre estes sectores monumentais foi escavada uma zona habitacional, da época claudiana, constituída por insulas que seria ocupada pela classe média da população ligada ao artesanato. A partir de uma nascente localizada em Alcabideque a água era conduzida até Conímbriga por um aqueduto.

Em meados do século XX, a partir de 1955 o ritmo das investigações intensificou-se. Os abundantes materiais arqueológicos de toda a espécie, que não era possível conservar no local encontram-se no Museu Monográfico de Conimbriga.

Cultura do Senado

Aquedutos Romanos

Os Aquedutos Romanos  refletiam a filosofia romana de objetividade e praticidade. Roma nos deixou volumosas estruturas que tinham a função de conduzir a água pelas cidades. As fontes atestam que os romanos conheciam o sistema de transporte de água por canalização subterrânea e o de aquedutos em arcos suspensos que fora aprendido com os etruscos. A escolha por este modelo se deu pelo preço inferior das obras, já que os materiais necessários eram mais abundantes e baratos.
Para o funcionamento da estrutura, a água era sempre proveniente de locais mais elevados, o que impulsionava a distribuição pelo sistema. Era construída em formas de arcos capazes de aguentar o peso, os condutores eram feitos de tijolos e revestidos internamente por cimento, o que costumavam chamar de canalis. A água chegava nas proximidades das cidades e era despejada em reservatórios denominados castellum. Só então o líquido era conduzido por tubos de chumbo ou bronze para a residência dos mais ricos e para as termas. 
Os romanos necessitavam de muita água para suas atividades e também para o abastecimento domiciliar, das termas e chafarizes. Inicialmente, eles simplesmente captavam água dos mananciais mais próximos, entretanto, com o passar do tempo, eles ficavam poluídos em função do depósito de esgoto sem nenhum tratamento. Assim, abandonava-se o manancial em questão e buscava-se pelo seguinte. Logo, os aquedutos se tornaram fundamentais e essenciais para o cotidiano dos romanos.

Primeiro a ser construído entre todos os aquedutos. Aqua Appia, 
feito no ano 312 a.C. por Appius Claudius Caecus


O maior de todos os aquedutos foi o Aqua Marcia que possuía 91 Km de extensão




Banhos Romanos



Durante o império (27 a.C - 476 d.C), o banho público tornou-se parte do cotidiano do povo romano. Havendo banhos públicos em quase todas as províncias e na maioria das cidades, levando ricos e pobres, homens e mulheres a irem a tais locais não apenas para se lavar, mas para participar da vida social da cidade. 
Os banhos públicos tinham diversas finalidades, entre as quais a higiene corporal, a terapia pela água com propriedades medicinais e recreação.

Os romanos frequentavam diariamente o Thermae e permaneciam nas suas dependências por várias horas. Ricos romanos iam acompanhados por um ou mais escravos.

Os romanos absorveram muitas das práticas balneares gregas, e ultrapassaram os gregos no tamanho e na complexidade dos seus banhos. Como na Grécia, o Thermae romano se tornou um lugar focado para a atividade social e recreacional. 
Quando o Império Romano expandiu, a ideia do banho público se espalhou para todas as partes do mediterrâneo e em regiões da Europa e norte da África. Com a construção de aquedutos, os romanos tinham água suficiente não só para uso doméstico, agrícola e industrial, mas também para os seus propósitos de lazer.


Ilustração didática reconstituindo a Thermae romana: 

Os grandes Thermae romanos ofereciam, além do ritual do banho, outras atividades como alimentação, venda de perfumes, bibliotecas e salas de leitura, performances teatrais e musicais. 
Na Palaestra, havia um espaço para exercícios e competições desportivas (corridas, levantamentos de peso leve e lutas).

Ao tomar um banho romano, o banhista se expunha gradualmente ao aumento da temperatura. Para realizar este ritual, todos os Thermae romanos continham uma série de câmaras que ficavam progressivamente mais quentes.


 Um Thermae público era construído em torno de três salas principais: o Caldarium (banhos quentes), o Tepidarium (ambiente quente) e o Frigidarium (banhos frios).


Ilustração didática de um Thermae público na antiga Roma. Frequentar o Thermae, diariamente, fazia parte da vida social na antiga roma. Os banhos públicos eram lugares onde os romanos podiam praticar desporto, fazer a higiene pessoal, realizar negócios. Os banhos eram um lugar de socialização, de desenvolvimento e de atividades para mulheres e homens que iam tomar banhos de imersão e conversar. Como hoje em dia, em um clube.


Ruínas das Termas públicas romanas em Bath, Inglaterra. A ruptura do telhado original, causou a proliferação de algas. A estrutura de colunas acima do nível das bases é uma reconstrução posterior.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A cultura da Ágora


Arquitetura Grega





Erecteion (Atenas) -  Estilo Jónico

A elegante construção conhecida como Erecteion, no lado norte da rocha sagrada da Acrópole, foi construída em 421 – 406 A.C., como uma substituição de um templo anteriormente dedicado para Atena Polias. “Erecteion”, deriva de Erechtheus, o rei mítico de Atenas, que era adorado lá. Outros textos referem-se às construções simplesmente como “templo” ou “templo velho”. 

A construção deve a sua forma incomum à irregularidade do terreno, existe uma diferença de três metros de altura entre a parte oriental e ocidental e os vários cultos foram designados para acomodar.

De acordo com o mito, a serpente sagrada de Atena vivia nos altares de Hephaistus e Voutos, irmão de Erechtheus.  O santuário também continha o túmulo de Kekrops e os traços da disputa entre Atena e Poseidon pela posse da cidade de Atenas.

O templo foi feito de mármore Pentelic, os frisos de Elêusis de pedra cinzenta com figuras em branco ligados e as fundações de pedra Piraeus.O friso provavelmente retrata cenas dos reis míticos de Atenas.Dentro havia o culto a estátua de Atena, feita de Madeira de oliveira, que Arrhephoroi cobria com peplos sagrados durante o festival Panathenaic.

erecteion


Escultura Grega


Vitória de Samotrácia - Período Helenístico


Foi criada por volta de 190 a.C possuindo 3,28 metros de altura. Do período helenístico - período de transição entre a dominação romana entre os gregos - representa a deusa grega Nike (Nice) e atualmente está em lugar de destaque numa escadaria do Museu do Louvre, em Paris.
Foi concebida através da união de seis blocos de mármore e descoberta por Charles Champoiseau, arqueologista e cônsul francês em Adrianople, em uma colina na Ilha de Samotracia em 1863, daí a razão de seu nome.



Destruída pelo revezar do tempo, o arqueologista a encontrou fragmentada em 118 pedaços. A estátua só foi remontada no próprio Museu do Louvre, quando por lá aportou em 1864. No entanto, um dos mistérios que rodeiam Samotracia nunca foi solucionado: sua cabeça parece ter se perdido para sempre.

No Brasil, há um réplica da escultura no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Veja a foto abaixo da réplica, do fotógrafo Sergio Renato Martinez.


Cerâmica Grega





Ânfora

A palavra "ânfora" vem do latim amphora, que por sua vez é derivada do grego (amphoreus), uma palavra composta combinando amphi- ("nos dois lados", "duplo") e phoreus ("carregador"), do verbo pherein ("carregar").
São vasos antigos de origem grega de forma geralmente ovoide e possuidoras de duas alças. Confeccionados em barro ou terracota, com duas asas simétricas, geralmente terminado em sua parte inferior por uma ponta ou um pé estreito, e que servia sobre tudo para o transporte e armazenamento de gêneros de consumo, tal como a salmoura. Era usada pelos gregos e romanos para conter sobretudo líquidos, especialmente o vinho. Servia também para conter azeite, frutos secos, mel, derivados do vinho, cereais ou mesmo água.


Ânfora com Hércules e a Hidra, ca. 525 a.C